Meditação: presença para atravessar, não para fugir – Meditação

Vivemos em um tempo onde a correria cotidiana, as pressões externas e os ecos do passado se entrelaçam com facilidade — e, muitas vezes, nem percebemos o quanto esses ruídos impactam nossas escolhas. A meditação, nesse contexto, não é um luxo ou uma prática mística distante: ela é uma forma de resgatar a nós mesmas.

Meditar é mais do que silenciar a mente. É criar espaço. Um espaço interno onde não somos reféns dos nossos pensamentos, onde podemos observar sem reagir, sentir sem afundar, perceber sem se prender.
A prática da meditação nos ensina que não somos o conteúdo da nossa mente. Pensamentos vêm e vão. Eles trazem informações, histórias e memórias — mas nós podemos escolher quais deles vamos alimentar.

Como psicóloga, trabalho com as terapias comportamentais contextuais, especialmente a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que traz o mindfulness como um de seus pilares. A atenção plena é um convite a estar aqui, agora. Não para apagar o passado, mas para que ele não dite nosso presente.
Quando criamos esse tipo de presença, desenvolvemos a capacidade de aceitar as situações como são, sem precisar lutar o tempo todo contra o que dói ou esperar que tudo esteja “resolvido” para começar a viver.

Essa abordagem tem sido profundamente transformadora no trabalho que realizo com mulheres. Ela nos ensina que não se trata apenas de eliminar sintomas, mas de construir uma vida com sentido — uma vida que vale a pena ser vivida.

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Uma vida conectada com valores, com o que realmente importa, mesmo que isso implique atravessar emoções difíceis.

No cotidiano, isso se traduz em mais autonomia, mais clareza e mais gentileza com nós mesmas. Ao cultivar esse espaço interno, deixamos de esperar por um futuro ideal e começamos a viver com mais inteireza no presente.

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Meditar, afinal, não é fugir da realidade. É ter coragem de estar inteira nela.